sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Foi num dia que passou e o ventou rimou no face da rapariga. ela era linda como o sole. tinha uns olhos meios egípcios meios romanos. uma maneira de pegar no cigarro que sinceramente foge-me o pensamento para outras bandas. um cabelo, oh, um cabelo liso que nem Dustin Flemming seria capaz de reproduzir, quanto mais Baudelaire nas suas expressões de quadricomia. as suas mãos inspiram qualquer poeta de rua. ela ali, sentada, ar culto, mexendo o açuçar no café, em movimentos circulares e pensativos. talvez uma estudiosa de Fernando Pessoa, ou bióloga marinha, ou então quem sabe, ambas as coisas. esperei que ela se fosse, disfarçando uma leitura no jornal. eis que se levanta, com leve esforço, coxeando em uma das pernas. desde esse dia, a cultura deixou de ter significado para mim.

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